segunda-feira, 28 de março de 2011


Amor, romântico,romance


Quando o assunto é o amor, posso dizer que sou uma pessoa romântica e que os romances me enlevam.
Amor, romântico, romance. Lendo sobre estes termos encontrei muitas opiniões e estudos de psicólogos, filósofos, terapeutas e demais estudiosos do assunto. Algumas dessas opiniões me ajudaram a entender melhor a alma do romântico, no entanto, a minha intenção não é discutir o significado desses termos nem discorrer sobre os sentimentos da alma humana sob um enfoque científico ou racional. Isso seria acabar com o deslumbramento a que as próprias palavras amor, romântico e romance nos remetem. Prefiro partir da idéia simples a que estas palavras me inspiram, ou seja, a idéia de que a pessoa romântica interpreta com carinho e afeto cada gesto, atitude ou olhar e isso conduz ao amor e a ser romântico.
O romântico parece estar especialmente interessado em emoções e fantasias, parece viver nas nuvens, se encanta com pequenos gestos e palavras. Sonha encontrar o amor e  viver um lindo romance ao lado da pessoa amada. Fantasiar e sonhar é fácil para a alma romântica que muitas vezes age pelo coração deixando a razão de lado. A fantasia pode levar a pessoa a cair nas armadilhas do coração, sofrer decepções quando o amor não é compartilhado ou quando não corresponde à expectativa almejada em seus sonhos. Outras vezes,  pode levar o romântico à concretização de um sonho, pois  ele vibra com cada palavra de amor do parceiro, penetra em sua alma e consegue enxergar ali o amor que se esconde acabando por despertar no outro o sentimento esperado. 
Amar e ser amado, encontrar a “cara metade”, “alma gêmea” ou aquela “pessoa especial” que a completa, é sonho do romântico. Quando tudo isso acontece sua vida ganha um novo sentido, um sorriso ilumina seu olhar e escorrega pelos lábios, estes entoam canções e conduzem a um balanço do corpo em ritmo de dança. O pensamento alça vôo e vai de encontro à imagem da pessoa amada e assim, a bobeira chega e se instala, fica estampada na cara, não tem como ser disfarçada, todos a notam e a alegria transborda de tal forma de dentro dessa alma que os que estão ao seu redor também se contagiam.
Amar! Como é bom poder amar, se apaixonar! Mesmo que mais tarde se descubra que o alvo da paixão não era digno desse sentimento, vale a pena amar. Os momentos agradáveis de carinho, cordialidade, afeto e amizade sempre estarão gravados na memória de quem amou ou foi amado e, se por ventura o amor for verdadeiro e duradouro, sinta-se feliz, pois um tesouro valioso foi encontrado.
Histórias de amor, encontros de almas, romance é o que eu gostaria de partilhar neste blog, pois nada melhor para alimentar a alma romântica que contar e escutar as diferentes formas com que um homem e  uma mulher se encontraram e resolveram tornar-se um par, pelo menos enquanto o amor e paixão tomaram espaço em suas vidas.
Deixo um espaço aberto pra você também relatar a sua história de amor e, se por acaso ainda não encontrou a sua cara metade, não desanime, um dia suas vidas se cruzarão, seus corações baterão num mesmo compasso e ambos saberão que  o AMOR chegou.
Espero conhecer muitas histórias de encontros, mesmo aqueles que por um motivo ou outro não tiveram finais felizes, assim  alimento minha alma romântica e de muitos que compartilham deste modo de ser.
Conte-me sua história!


AMOR

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente divino - o amor.
Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.
Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.
Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado... Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...
         Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite... Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...
Se você tiver a certeza que vai ver a outra envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela... Se você preferir morrer, antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida. É uma dádiva.
É o livre-arbítrio.
Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o amor.


                                                                                                          Carlos Drummond de Andrade





Navegar juntos


Esta é a história de dois navegantes. De duas pessoas que, embora estejam sempre rodeadas por familiares e amigos, se sentem sós e buscam uma companhia para navegar juntos o mar da vida.
Enquanto isso não acontece, cada um segue em seu barco. Relembremos aqui, o caminho até então percorrido por ambos.
Em um dos barcos, navegando em águas tranqüilas, longe de grandes tempestades, havia um casal com dois filhos.
Este casal remava junto, num mesmo compasso, em perfeita harmonia. Olhavam para a mesma direção e almejavam chegar a uma ilha onde havia amor, felicidade, prosperidade, união, fidelidade entre o casal e aonde todos serviam a um único Senhor, um Deus de amor e de bondade, era a “Ilha da Felicidade”.
A travessia das águas era serena, sentiam os ventos, mas não grandes tempestades. Tudo indicava que chegariam felizes àquela ilha.
De repente, a maré mudou. Uma grande onda atingiu o barco e o principal condutor foi lançado nas águas. Sua travessia foi interrompida naquele momento. Sua viagem havia sido encerrada, restaram a esposa e os dois filhos para navegarem. Em meio ao temporal que se encontravam parecia não haver mais saída. Como conduzir sozinha um barco, com duas crianças, se não sabia manejar os remos? Como acertar a direção uma vez que a bússola era o seu companheiro que partiu e tudo parecia tão escuro?
O medo e a insegurança quase afundaram a pequena embarcação, mas ao longe, a luz de um farol passou a guiá-los. Iluminou o barquinho e os tripulantes perceberam que não estavam sós. Em volta deles havia muitas embarcações que lhes lançaram cordas, lhes acolheram com amor e lhes deram segurança para continuarem a travessia.
E assim foram navegando por águas calmas, enfrentando pequenas ventanias, mas nada que o pequeno barco não pudesse suportar. Passaram-se os anos, por muitas águas navegaram.
Os filhos foram crescendo, porém ainda não estavam prontos para assumir os remos do barco. Isso ainda cabia à mãe que já estava cansada de remar sozinha. Sonhava encontrar alguém para ajudá-la naquela tarefa. À noite, quando tudo estava calmo, as águas aparentemente tranqüilas, guardava os remos e se voltava para Deus. Agradecia pelo percurso já percorrido, pelas bênçãos recebidas e falava com Ele sobre sua solidão, como seria bom encontrar um companheiro. Por muitas noites pediu que Deus colocasse alguém em sua vida para fazê-la feliz. Uma pessoa especial, que a amasse e estivesse disposta a remar ao seu lado em direção à “Ilha da Felicidade”. Pedia a Deus que nenhum navegante cruzasse seu caminho se não fosse para fazê-la feliz e continuava remando.
Enquanto isso, não muito longe dali, um homem remava sozinho tentando vencer as ondas que agitavam o mar. Com o coração ferido, mas com a alma repleta de esperança, partiu de onde morava disposto a encontrar a verdadeira felicidade.
No local de onde partiu convivia com a ganância, falsidade, egoísmo e infidelidade. Os valores giravam em torno do dinheiro, do luxo e do prazer.
Aquele homem, não concordando com os valores ali cultivados, resolveu partir, embora com o coração machucado por deixar a companheira que dizia amá-lo, entretanto não soube respeitá-lo. Lançou-se ao mar sob os olhos vigilantes daqueles que o viam partir desejando-lhe o fracasso, a infelicidade e o retorno àquele lugar assim que viessem os primeiros ventos.
No entanto, o homem remou muito e colocou Jesus em seu barco para ajudá-lo. Como a viúva, também pediu a Deus uma companheira que o ajudasse a concretizar seu sonho de ser feliz. Lançou uma mensagem ao mar e esperou que alguém a encontrasse.
E esse dia chegou!
Não muito distante dali, a mensagem amarrada em uma bóia resvalou num barco. A mulher e seus filhos se apressaram em recolhê-la.
A mensagem dizia: “Procuro alguém para remar ao meu lado, rumo à Ilha da Felicidade. Alguém que esteja disposta a fazer uma travessia tranqüila  onde haja cumplicidade e companheirismo, que  deseje  a felicidade e um amor verdadeiro, não apenas uma aventura.
Imediatamente o coração da mulher disparou. Agarrou a pequena bóia e, por alguns dias ficou vigilante, a espera de encontrar o navegante que, com certeza, Deus teria colocado em seu caminho.
Logo avistou um barco e nele alguém especial.
Foi um encontro de duas vidas que sonhavam em ser uma só. A atração foi imediata e tomaram posse um do outro. Ambos já sabiam remar sozinhos, mas acreditavam que juntos chegariam à ilha almejada com mais facilidade e talvez ali, se tudo desse certo entre eles, envelheceriam juntos.
Juntaram as embarcações, encorajados pela vontade de remar lado a lado, embora cada um em seu barco. A viagem transcorria em harmonia. Um novo vigor tomou conta de ambos. Tinham pressa em ser felizes.
 Mas, os ventos começaram a soprar. Ventos vindos daquele lugar que ele deixara traziam maus presságios. A brisa que no início esteve presente, agora, cedia lugar à tempestade.
O barco dele estava a perigo, o casco começava a partir. Os remos já não eram suficientes para vencer as altas ondas que se formavam. Ele, seguro de sua capacidade em enfrentar situações perigosas não permitia que sua companheira o ajudasse. Queria poupá-la nessa batalha.
Com medo de perdê-lo nas ondas ela tentava remar ao seu lado. Mas já não havia sintonia, os ventos eram fortes e dominavam o barco dele. Passaram a remar em direções opostas. Ela já não tinha certeza se ele buscava a Ilha da Felicidade ou o retorno à sua antiga morada. A travessia que prometia ser tranqüila e feliz foi perdendo o encanto. Tanta turbulência, de forma contraditória levou à monotonia. Um espírito de derrota diante daquela força estranha que os envolvia fez com que deixassem os remos de lado. Que as ondas os conduzissem para o melhor lugar. Ele, mais racional, com o coração ainda ferido e aparentemente fechado para assumir um novo amor, não via alternativa que não fosse o afastamento dos barcos para cada qual tomar seu rumo.
Ela, disposta a lutar por sua felicidade agarrou forte os remos e tentou manter seu sonho, alcançar a Ilha almejada. Confiava nas promessas que Deus lhe havia feito e não desistiria assim tão facilmente. Pediu que Jesus entrasse em seu barquinho e assumisse o comando. Sentiu uma paz e uma confiança muito grande, pois a partir daquele momento estava sob o comando Dele. De vez em quando ventos fortes sopravam e ondas de medo e insegurança tentavam afundá-la. Não podia perder a esperança. Estava presa a ela. Resolveu que uma conversa com seu companheiro seria a melhor saída. Ainda podiam entrar em sintonia para remarem juntos. Nem tudo estava perdido. Sempre há tempo para recomeçar.
Afastaram os barcos temporariamente até que a tempestade passasse para não haver o risco de se chocarem e ambos ficassem danificados. Deus tomaria conta de ambos e os conduziria para um lugar seguro. Nesse tempo refletiriam sobre a forma de remar de cada um e a rota que ambos almejavam seguir.
E assim fizeram, os ventos continuavam fortes, mas os barcos mantinham-se firmes.
Restava agora uma decisão: ambos remarem para a Ilha da Felicidade ou cada um para o seu lado em busca dos ideais que buscavam.
E, finalmente decidiram.
Não havia chances de continuarem juntos.
Não havia amor suficiente para vencerem as tempestades e chegarem à Ilha da Felicidade juntos.
Assim, ele tomou o seu rumo, enquanto ela, mais fortalecida pela experiência adquirida na travessia e, sem perder a esperança de encontrar um companheiro para ajudá-la na navegação, reassumiu os remos deixando-se guiar pelas luzes das estrelas...


Cris Nunes  







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